No tempo dos escravos
havia um estancieiro muito rico e ruim, sem caráter, com um coração frio feito
pedra de gelo, não amava nem a si quanto mais ao próximo, nem mesmo seu filho
tinha o amor do pai que levava tudo por diante a grito e relho. Naqueles fins
de mundo fazia o que bem entendia sem dar satisfação a ninguém. Entre os escravos,
havia um menino negrinho encarregado pelo pastoreio de alguns animais, ele
recebia muito trabalho e era tão mal alimentado... Mas, ele dizia que sua madrinha, Nossa
Senhora, aparecia para ajudá-lo.
O filho
do fazendeiro estava sempre por perto vendo tudo e por maldade contava tudo ao pai até mesmo o que não
havia acontecido, só para prejudicar o menino, ele inventava coisas.
Certo dia, o negrinho que já havia sofrido
muito com as judiarias do seu patrão perdeu um animal, o Baio e por causa disso
apanhou uma barbaridade e depois ainda foi mandado procurar o animal perdido. Passado
noite e dia, sua vela já tinha acabado e o menino teve que voltar para estância
e então foi outra vez amarrado. Apanhou tanto que morreu, ou pareceu morrer...
Depois disso, houve um mandado para levar o corpo do
pequeno negrinho todo lanhado e banhado em sangue até o formigueiro para que
seu corpo fosse coberto de formigas e sofresse mais um pouco. No dia seguinte,
seu patrão curioso para ver o corpo do menino foi até lá e ficou surpreso ao
ver o negrinho de pé, aparentemente bem, com os animais perdidos e a Nossa
Senhora ao lado feito uma imagem surreal. O
garoto montou em um deles e partiu com trinta cavalos atrás.
Até hoje em alguns lugares do país, quando as pessoas
perdem algo acendem uma vela para o Negrinho do pastoreio, acreditando que o
garoto vai ajudar a achar o objeto perdido.
Fran, adorei teu texto, bem como as imagens postadas. Teu texto é muito sensível e interessante. Parabéns!
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